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Arquitetos: HCCH Studio
- Ano: 2022
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Fotografias:Qingyan Zhu
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Olaria Pudong Hoffman (referida como "Forno Vermelho de Pudong") está localizada na cidade de Laogang, Nanhui, Pudong. A olaria segue o modelo tradicional do forno Hoffman, patenteado pelo alemão Friedrich Hoffmann em 1858, na qual o forno apresenta uma passagem circular cercado por pequenas salas. O sistema foi amplamente utilizado em todo o mundo devido a seu uso eficiente de calor e combustível, surgindo na paisagem de Xangai no início do século XX. O forno vermelho do local já havia perdido sua função original há muito tempo. O telhado e as paredes foram derrubados e danificados, enterrados pelo solo e cobertos de ervas daninhas. O local fica ao lado de um campo de golfe subutilizado, limitado por um canal que flui do centro da cidade até o Mar da China Oriental. O espaço será transformado em um parque de lazer suburbano no futuro, e a olaria com as ruínas da produção serão abertas ao público.
Os fornos Hoffmann eram tão comuns no século passado, mas poucos foram preservados, também devido à dificuldade de usar o espaço enquanto se mantém o layout original. A reforma tenta não apenas manter seu layout clássico, materiais e escala, mas também ampliar a usabilidade e o encanto espacial do local. O trabalho de limpeza, reforço e projeto foram feitos simultaneamente. Embora os arcos de tijolos velhos danificados tenham sido reforçados informalmente com estruturas de aço, a tipologia do espaço permanece.
Dentro do forno de tijolos, o túnel circular, a passagem e as aberturas repetem o motivo de um arco. Andar por ele é como estar no universo industrial da época da queima de tijolos do século XIX.
Durante o processo de projeto, descobrimos que a chaminé fechada no meio poderia ser aberta para o anel externo. As conexões entre os dois foram originalmente usadas para exaustão de fumaça, mas agora serão transformadas em portas. Esta operação adiciona um atalho à circulação circular original. A chaminé central é estreita e fechada, sem luz natural. Substituímos o piso de concreto acima por vidro e adicionamos claraboias para configurar um poço de luz, que ilumina tanto a chaminé quanto a passagem do anel. De pé sob a claraboia, os visitantes podem olhar para a chaminé imponente, o símbolo de todo o local.
A luz do dia inunda o anel escuro através dos arcos, assim como a varanda ao redor do pátio. Os arcos do outro lado do anel são os limites climáticos, criando bolsões privativos direcionados a paisagem.
A chaminé do forno de tijolos e sua cavidade são partes importantes do tratamento do ar durante o processo de queima. A cavidade está agora acomodando a infraestrutura, que mantêm a lógica do sistema de produção de tijolos. Os orifícios de ventilação originais espalhados no teto são reservados para iluminação e pulverização, e os orifícios de exaustão inferiores são usados como saídas de ar condicionado.
O segundo pavimento do edifício é um salão multiuso. A fachada é mantida aberta, com varandas tanto no primeiro quanto no segundo pavimento com plataformas de evacuação e visualização. Os arcos na fachada leste ressoam com o motivo do arco do espaço interior. Uma antiga escada de tijolos no leste é mantida e uma escada de evacuação é acrescentada. A oeste, a passagem original próxima à chaminé é usada para a evacuação, para preservar o máximo possível a relação espacial original do forno. Xangai foi uma das primeiras cidades a abrir um porto no século XIX. A introdução da olaria Hoffman exemplificou a industrialização de sua economia suburbana. A renovação da olaria não só preserva as formas industriais abandonadas como suas relíquias, mas transforma o espaço em uma estrutura para sustentar a possibilidade de um estilo de vida contemporâneo. Além da memória do espaço, a antiga olaria configura um valor social maior.